Depois de um novo protesto contra a ação de policiais do 9º
BPM (Rocha Miranda), o tenente-coronel
Wagner Moretzsohn é afastado comando da
unidade. Sua Saída já havia sido publicada no boletim interno da PM desta
quarta-feira, mas ele só deixa o cargo nesta quinta. O batalhão é o mesmo dos
três policiais que arrastaram Claudia Silva Ferreira, pendurada numa viatura,
há dez dias. Quem assume o lugar de Moretzsohn é o tenente-coronel Luiz Otávio
da Rocha Lima, que estava no 4º BPM.
No fim da tarde desta quarta-feira, moradores do Morro São
José Operário, na Praça Seca, protestaram contra a morte de um jovem de 20 anos
durante operação de policiais do 9º BPM na comunidade.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que o morador,
identificado como João Mário Teixeira Francisco, morreu de mal súbito após
sofrer um enfarte. Segundo a PM, os policiais foram à casa onde estava João
Mário e outro homem. No local, foram apreendidos uma pistola 9 milímetros,
munição e drogas. Ainda de acordo com a corporação, foi aberta uma averiguação
sumária sobre a morte do rapaz. João Mário não tinha passagem pela polícia.
Moradores acusam os policiais de terem espancado o rapaz
durante um suposto interrogatório. João Mário foi levado para o Hospital Carlos
Chagas, em Marechal Hermes, onde não resistiu e acabou morrendo.
Na 28º DP (Campinho), onde o caso foi registrado, Sidney
Moraes Arruda, que estava junto na casa de João Mário no momento da chegada dos
policiais militares, relatou que realmente havia drogas no local. Sidney foi
preso na ação e confirmou ainda que João, com quem mantinha um relacionamento
amoroso, era envolvido com o tráfico de drogas da localidade, onde atuava como
“vapor".
Ainda,Segundo Sidney, ao ser questionado pelos PMs, João entregou
a droga a eles, e logo em seguida passou mal e caiu no chão, já desacordado.
Ele disse ainda que João não foi agredido pelos policiais. O rapaz nega que ele
próprio tenha ligação com o tráfico. Sidney deixou registrado que não foi, em
nenhum momento, pressionado pelos policiais do 9º BPM.
Três ônibus e um carro foram incendiados no manifesto, e a Rua
Cândido Benício ficou fechada por duas horas. De acordo com moradores da
região, homens armados pararam o trânsito e fecharam a via, que liga os bairros
de Campinho e Tanque, colocando fogo nos coletivos. Durante o ataque, não houve
feridos. Os ataques começaram por volta das 17h20m e ônibus das linhas 747, 678
e 952 foram incendiados por manifestantes armados, ninguém ficou ferido. Logo após,
outros dois veículos foram atacados e incendiados.